sexta-feira, 1 de julho de 2011

P. Sherman, 2706, Wallaby Way

     Não sei porque, mas hoje acordei com muita saudade do Jonatan! Acho que sonhei com ele, mas TÉ PARECE que eu lembro o quê ¬¬ PÔ, CÉREBRO! COLABORA, NÉ?
     Anyway, acordei meia hora antes do que devia porque esqueci de arrumar o relógio do celular de acordo com o fuso horário daqui, que é meia hora (ONDE JÁ SE VIU FUSO-HORÁRIO DE MEIA HORA??!!) mais cedo. O que significa que eu acordei às 4h30 (Y). Me arrumei e fiquei fazendo hora até dar 5h30, que era quando começavam a servir o café da manhã – que era bem pobrinho, nada daqueles banquetes de hotel de quando você viaja com a família. Mas só o fato de oferecer café da manhã tá bom demais. Nenhum backpacker faz isso! Se eu fosse comprar meu próprio, provavelmente comeria exatamente a mesma coisa: torrada com manteiga e leite.
     Me despedi da Sasha – que é uma fofa! Sei que já disse, mas preciso repetir. Ela é uma graça! Super me abraçou e desejou boa viagem e tudo mais, sendo que não fazia nem 24 horas que a gente se conhecia – e peguei o ônibus pro tour. A guia era uma mulher chamada Shannon. Broxei quando vi que era uma mulher baixinha que fala cada frase como se estivesse perguntando alguma coisa e não um cara gordinho engraçados que fala gritando e fica fazendo piada o tempo todo – tipo o que me pegou no aeroporto ontem.
     Tinham 24 pessoas no ônibus: um monte de alemão, três franceses, três coreanas, uma japonesa, uma sueca, dois australianos, dois eslovacos, duas escocesas e só eu de brasileira (graças a deus!). Todo mundo caiu no sono nas primeiras horas de viagem, então nem rolou muita interação. Paramos num lugar desses de estrada para ir no banheiro e comer, mas não era qualquer lugar-de-estrada-para-ir-no-banheiro-e-comer. TINHA CAMELOS! E eu paguei AU$6,00 para andar em um por 1 minuto!! *_____* (Caro, eu sei. Como tudo aqui nesse deserto! Eles metem a faca porque são a única opção. MAS QUEM LIGA? ERA UM CAMELO! EU TINHA QUE ANDAR!)
     Voltamos pro ônibus e rolou uma apresentação estilo alcoólatras anônimos: OI, MEU NOME É MARINA. EU SOU BRASILEIRA, MAS ESTAVA MORANDO EM SYDNEY NOS ÚLTIMOS CINCO MESES. MEU ANIMAL AUSTRALIANO PREFERIDO É CANGURU E MEU PRÓXIMO DESTINO É CAIRNS. E EU NÃO GOSTO DE VEGEMITE.
     Na estrada, a gente viu uma águia muito enorme, legal e épica (comendo um canguru atropelado =/) e uma pedra gigante no meio do nada que não é o Uluru – QUAL É A DO ULURU ENTÃO? Achei que fosse famoso por ser a única pedra no meio do nada, mas se tem outras qual é o big deal??!!
     Chegamos no campsite na hora do almoço e preparamos sanduíches. Achei muito legal que todo mundo ajudou, ninguém ficou mongando, sabe? Todo mundo tem espírito de equipe :) Depois do almoço (no qual começou a rolar uma interação entre as pessoas =D), a gente entrou no ônibus de novo e foi pra o Kata Tjuta, que é um (mais um) amontoado de pedras, que de longe parece o Homer Simpson. Fizemos uma caminhada por ele e foi bem legal :) As pedras são impressionantemente grandes e a guia foi explicando pra gente pra que que serviam as plantas em volta, o que os aborígenes fazem com elas e tudo mais. E eu estava estranhamente - guias turísticos costumam me entediar - interessada no que ela estava falando e a temperatura estava estranhamente razoável. Eu não estava derretendo nem morrendo de sede, como imaginei que estaria.
     A caminhada foi legal e rolou mais interação entre as pessoas (eu não lembro o nome de ninguém, though. Só de uma das escocesas, porque O NOME DELA É FIONA e ela está com um pé quebrado), mas senti falta de ter alguma companhia mais fixa, alguém com quem conversar, ter piadas internas e com quem tirar fotos/pedir para tirar fotos minhas.
     Saindo do Kata Tjuta, a gente foi para o Uluru assistir o pôr do sol. No caminho, vimos dois camelos in the wild e a guia me conquistou com o grito histérico e inesperado de CAMEEEEEL!!!! que ela deu pra avisar a gente. Anyway, o pôr do sol foi meio decepcionante porque não teve muitas cores. O sol não estava se pondo atrás dele, estava se pondo atrás da gente porque teoricamente era pra gente ver o Uluru mudando de cor, mas teria sido muito mais bonito ver a silhueta dele com o céu mudando de cor atrás. E por mais bonito que esteja o que você está vendo, a câmera nunca pega direito. Especialmente a minha. QUERO UMA CÂMERA FODONA QUE CAPTA O QUE EU TO VENDO. Quanto tempo falta pro natal?
     Saindo do Uluru, a gente foi pro campsite preparar a janta: salada, bife, linguiça de camelo e carne da canguru. CAMELO, essa é nova! Tem gosto de linguiça de frango. Tomei banho (e sequei a franja num daqueles secadores de mão) e estou indo dormir com um casal da Eslováquia numa barraca sem luz, com uns beliches simplificados, dentro de um saco de dormir, com a mesma roupa que eu vou usar amanhã (uma segunda pele, uma blusa de manga comprida, uma blusa de lã e um supercasacão de frio) porque com esse frio desgraçado, eu não vou trocar de roupa amanhã de manhã NEMFU.
     É muito legal estar no deserto. Tudo é tão diferente... Não é areia pra todo lado, é aquela grama seca verde amarelada. E o céu daqui é o mais bonito que eu já vi na minha vida! Sem luz, sem poluição e sem nuvens, dá pra ver a via láctea!! *____*
     Bom, vou dormir porque a Shannon acabou de falar “Guys, tomorrow we'll wake up at 5h15? Have breakfast? And leave at 6h15? To watch the sunset at Uluru at 7h30?” QUARTER PAST FIVE? AGAIN??!! Daqui a pouco vai virar hábito acordar a essa hora!
     Beijos de uma menina que vai voltar pro Brasil daqui exatas 2 semanas
     B

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