Acordei às 6h20, troquei de roupa no escuro, tentando não acordar minhas roomates, comi o sucrilhos que eu comprei ontem de café da manhã e peguei o BUS TO TOWN das 7h10. Cheguei na marina, fiz o checkin e entrei no barco que ia me levar para fazer mergulho. Decidida a ser sociável, eu sentei numa mesa com três meninas e já comecei com o papinho introdutório “Hi, what's your name? Where are you from?” - Ella from Melbourne, Giorgia from Italy and Avril from Ireland. Todas viajando sozinhas também :)
O barco foi ondulando pelo mar (que tinha uma cor inacreditavelmente linda, um azul que parecia fundo de piscina) e eu fiquei enjoada ¬¬ A Avril ofereceu remédio anti-enjôo pra gente e, DEPOIS DE CERTIFICAR QUE A EMBALAGEM NÃO DIZIA “BOA-NOITE CINDERELA”, PAI, eu tomei e ajudou :) A Avril é boazinha. A do mal é a Ella, que achou que eu falasse espanhol. Australiana ignorante ¬¬ Brincadeira, ela era boazinha. Só era burrinha, tadinha.
Chegamos na nossa primeira parada, que era uma ilhazinha minúscula, com vários corais em volta. Eu achei que o mergulho fosse ser tipo MERGUUULHOOO DE VERDAAADEEE, com cilindro de oxigênio e tudo mais. Mas era só snorkel. Pra mergulhar de verdade, tinha que pagar AU$75,00. E, como o dinheiro está contado até o final da viagem, não rolou.
Colocamos aquelas roupas de borracha, pés de pato e márcarazinha de snorkel – ADORO QUÃO PATÉTICAS AS PESSOAS FICAM COM ESSAS ROUPAS! - e entramos na água, que estava muito mais quente do que o barco e a ilha, onde estava ventando e garoando de lado (o que, segundo o gordinho engraçado do barco – ELES ESTÃO POR TODA PARTE *___* - não é frio. É tropical).
Snorklei sobre os corais (que eram tipo 1 / 3768163972154782195 da Great Barier Reef – a maior barreira de corais do mundo =D) e vi anêmonas, esponjas (ACREDITA QUE NENHUMA DELAS USAVA CALÇA QUADRADA?!), peixes, coisas coloridas engraçadas que parecem cérebros, coisas amarelas legais que parecem macarrão e nenhuma tartaruga, estrela do mar, baleia, golfinho ou tubarão-que-não-mata-mas-dá-uma-adrenalina-pro-passeio.
Depois do almoço, fomos para a nossa segunda parada: o paradise (um ponto no meio do mar, com bastante coral). Depois de ter comido, a minha vontade era vegetar pra sempre dentro do barco quentinho, mas é óbvio que eu não fiz isso. Me forcei a sair de dentro do barco, pôr a roupa molhada e gelada e ridícula e pular na água fria. E TEM QUE SE DIVERTIR!
Gostei mais dessa parada do que da primeira. O coral era maior e tinha mais peixes diferentes e coloridos. E eu vi o peixe do BOLHAS BOLHAS MINHAS BOLHAS =D Além disso, não estava mais chovendo e o sol estava aparecendo no sol, então eu não congelei :D Mas ainda nada de Nemos, Doris e tartarugas surfistas “/
No caminho de volta para a marina de Cairns, eu vim conversando com a Giorgia e BABY, EU TENHO UMA CASA PARA FICAR EM ROMA. TÁ? Ela é bem legal, viemos o caminho todo sentadas lá fora, tomando sol e conversando sobre os ex-namorados doidos dela, as viagens que nós duas fizemos, a faculdade que ela fez e que eu vou fazer... Toda vez que me perguntam o que eu vou fazer quando eu voltar pro Brasil, eu respondo: cursinho e faculdade de Audiovisual. Todo mundo acha superlegal. NOOSSAAA AUDIOVISUAAAL QUE LEGAL! E é legal mesmo. Então por que eu não fico mais empolgada me imaginando estudando no Senac e fazendo curtas e orgulhosa por estar no que foi classificado pelo MEC como melhor curso de audiovisual do Brasil? Tudo que eu consigo pensar é QUE PREGUIIIIIÇAAAAA... Tá, talvez seja porque, antes, eu vou ter que passar 6 meses no calabouço da morte, estudando 37 horas por dia, entrando em detalhes totalmente irrelevantes para a vida real. Mas, mesmo quando eu penso na faculdade isoladamente, não fico mais com os olhos brilhando. Não me imagino trabalhando numa produtora editando vídeos e mixando sons, por mais legal que eu ache isso. Será que eu devia desistir de audiovisual e me jogar na sorte das artes cênicas de uma vez? A ideia de fazer Célia Helena, me desperta certo interesse... Mas todos sabemos que isso vai me fazer morrer de fome, se eu não tiver nenhuma outra habilidade com a qual arranjar um emprego que me faça ganhar dinheiro de verdade. E arquitetura? Sempre tive interesse, adoro desenhar plantas e jogar The Sims... não, ainda não é isso... Não acredito! Eu, que sempre fui tão decidida na minha carreira e olhava com pena para as pessoas que estavam em dezembro do terceiro colegial e não sabiam o que fazer, não sei o que fazer agora. QUERO PASSAR O RESTO DA VIDA VIAJANDO PELO MUNDO, MORANDO 6 MESES EM CADA PAÍS! Como chama essa faculdade?
Ficamos lá conversando até que um careca legal da tripulação – carecas legais também estão por toda parte – começou a fazer um show de mágica lá dentro, que nós assistimos enquanto tomávamos chá com bolachas. HOW BRITISH! Chegamos na marina às 17h, nós 4 tiramos fotos e trocamos facebooks e depois cada uma seguiu seu destino. Vim para cá com o ônibus do hotel e fui direto pro banho – meu cabelo estava uma coisa indescritível: um grude de água, sal e areia indesembarassável. Tá. Acabei de descrever. Quando voltei para o quarto, duas das minhas roomates que nunca estão aqui, estavam e eu, no meu espírito repentinamente sociável, comecei a conversar com elas e descobri que elas são inglesas *___* SE EU INVESTIR NA AMIZADE, VOLTO PRO BRASIL COM UM HOTEL NA ITÁLIA E UM NA INGLATERRA (fora os que eu já arranjei na Suíça, na Espanha, na França, na Suécia e em Portugal, nos últimos meses - e, consequentemente, minha casa virou hotel para todo mundo porque o processo é assim: "If you come to Brazil, call me! You can stay at my place!" o que meio que força a pessoa a dizer "You too!"). TÁ BOM, NÉ?
Depois de jantar, fui pra lanhouse do hotel e postei as fotos de hoje no facebook, respondi mixurucamente os e-mails – só pra satisfazer a ansiedade das pessoas, porque na verdade vou poder discutir todos os assuntos pessoalmente daqui 9 dias. NOVE. DIAS.
Não quero ir embora D:
Beijos de uma menina que vai andar de balão amanhã *__*
A
Essa faculdade se chama Relações Internacionais.
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